As provas
devem servir para acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, e nunca ser
temidas como sentenças.
Avaliações
educacionais, verificam habilidades de alunos e o desempenho de redes
escolares. Os objetivos, nesse caso, são tão diferentes quanto os de exames
médicos que orientam tratamentos ou de provas para certificar profissionais e classificar
serviços.
As avaliações
mais importantes são as que orientam o ensino, integradas ao processo de
aprendizagem, e não simples provas periódicas. Ao propor uma gincana em que as
crianças escrevam bilhetes anônimos e numerados, com instruções para ações dos
colegas, a professora que acaba de assumir uma turma desenvolve uma boa
socialização enquanto verifica as competências de ler e escrever de cada um.
Atividades desse tipo, da Infantil ao Ensino Médio, revelam mais do que provas.
Porém, o uso delas é tão raro quanto o de diagnósticos iniciais. O resultado
disso é que, às vezes, expectativas de aprendizagem equivocadas somente são
percebidas quando já é tarde demais.
Quando as
turmas são grandes, em vez de levar pilhas de trabalhos para corrigir (e às
pressas, pois a vida é curta), é melhor o professor instruir os estudantes para
que se auto avaliem em atividades de classe ou de casa. Sabendo contornar
possíveis limitações, a escola pode orientar as famílias para se tornarem
parceiras no processo, mostrando os objetivos das etapas do ensino e o que será
verificado em provas parciais. As finais ganham a função de confirmar e
certificar o trabalho, mas insucessos põem em questão a própria escola.
A qualidade
da Educação deve ser aferida, e as provas gerais têm esse papel, nem sempre bem
interpretado. Classificar escolas lembra "coisa de mercado" e, como
provocação, eu diria que a escola que fazia o estudante aprender só para tirar
boas notas nas provas - como alguém que cuida da saúde só para passar no exame
médico - agora também ensina para ela mesma ser aprovada.
Cabe a esses
exames orientar, e nunca "carimbar" uma instituição - e é bom evitar
comparações absolutas entre escolas e professores atuando em situações
diversas. A sociedade e o Estado precisam saber que quem trabalha em condições
difíceis e com público carente está na trincheira da equidade social e do
desenvolvimento, sendo assim a vanguarda - não a retaguarda da Educação.
Em síntese,
em quaisquer circunstâncias, avaliações são meio ou confirmação de nosso
trabalho, nunca sua razão de ser. Assim, devem ser vistas como recursos para
aprender e ensinar melhor, nunca temidas como sentenças, nem pelo aluno nem por
nós.
(Disponível em:http://hist6anoen2.blogspot.com.br/2013/05/prova-do-dia-04-de-junho.html)
Referência:
Avaliação não
é ameaça. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/avaliacao-nao-ameaca-424491.shtml.
Acesso em 26/10/2014
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